A lei, ora, a lei…

No livro Essencial Franz Kafka (Penguin-Companhia, 304 págs., R$ 26), Modesto Carone comenta que o escritor tcheco se valeu mais de uma vez da famosa parábola Diante da Lei, que aparece em O Processo – aquele em que Josef K acorda, num dia qualquer, acusado de um crime que nunca descobrirá qual é. Escrita em 1915, a história foi destacada pelo autor do romance (na época inédito) para integrar o livro de contos Um Médico Rural (1919).

É essa a parábola, crucial, que serve de prólogo para a adaptação do romance para o cinema feita por Orson Welles em 1962, com Anthony [Norman Bates] Perkins, Jeanne Moreau e Romy Schneider no elenco. Na sequência, ela é ilustrada com a técnica pinscreen, em que pinos levantandos ou abaixados compõem as imagens num jogo de sombras tridimensional. Acompanhada pela voz tonitroante e dramática do próprio Welles, ao som do Adagio de Tomaso Albinoni, a cena fica bem sinistra.

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