Mais uma sacada de Christophe Gowans, aka See Gee, cujos mashups são tradicionais por aqui — ele já misturou obras de arte com discos (aqui) e livros com discos (aqui). Os apps acima são alguns dos que ele botou à venda em formato de cartão postal na The Rockpot — o jogo de 12 sai por £ 8,50.
Num programa de 1964 da TV inglesa, Peter Sellers fez de conta que A Hard Day’s Night, dos Beatles, era um texto de Ricardo III interpretado por Laurence Olivier. Ficou essa beleza.
Com música de Dmitri Shostakovich e baseada no texto Instruções para Subir uma Escada, de Julio Cortázar, essa animação foi feita em stop motion, utilizando areia sobre vidro — uma beleza de técnica. Abaixo segue o texto integral, em português, extraído de Histórias de Cronópios e de Famas (Civilização Brasileira, 134 págs., R$ 31). Outra beleza de técnica.
Ninguém terá deixado de observar que frequentemente o chão se dobra de tal maneira que uma parte sobe em ângulo reto com o plano do chão, e logo a parte seguinte se coloca paralela a esse plano, para dar passagem a uma nova perpendicular, comportamento que se repete em espiral ou em linha quebrada até alturas extremamente variáveis. Abaixando-se e pondo a mão esquerda numa das partes verticais, e a direita na horizontal correspondente, fica-se na posse momentânea de um degrau ou de um escalão. Cada um desses degraus, formados, como se vê, por dois elementos, situa-se um pouco mais acima e mais adiante do anterior, princípio que dá sentido à escada, já que qualquer outra combinação produziria formas talvez mais bonitas ou pitorescas, mas incapazes de transportar as pessoas do térreo ao primeiro andar.
As escadas se sobem de frente, pois de costas ou de lado tornam-se particularmente incômodas. A atitude natural consiste em manter-se em pé, os braços dependurados sem esforço, a cabeça erguida, embora não tanto que os olhos deixem de ver os degraus imediatamente superiores ao que se está pisando, a respiração lenta e regular. Para subir uma escada começa-se por levantar aquela parte do corpo situada em baixo à direita, quase sempre envolvida em couro ou camurça e que salvo algumas exceções cabe exatamente no degrau. Colocando no primeiro degrau essa parte, que para simplificar chamaremos pé, recolhesse a parte correspondente do lado esquerdo (também chamada pé, mas que não se deve confundir com o pé já mencionado), e levando-a à altura do pé faz-se que ela continue até colocá-la no segundo degrau, com o que neste descansará o pé. (Os primeiros degraus são os mais difíceis, até se adquirir a coordenação necessária. A coincidência de nomes entre o pé e o pé torna difícil a explicação. Deve-se ter um cuidado especial em não levantar ao mesmo tempo o pé e o pé.)
Chegando-se dessa maneira ao segundo degrau, será suficiente repetir alternadamente os movimentos até chegar ao fim da escada. Pode-se sair dela com facilidade, com um ligeiro golpe de calcanhar que a fixa em seu lugar, do qual não se moverá até o momento da descida.
O Google lembra que hoje é aniversário de nascimento de Mark Twain (1835-1910), mas tem gente lembrando que é também dia da morte de Fernando Pessoa (1888-1935), exatamente um século depois. Um não tem nada a ver com o outro, e em parte para comemorar esse inconciliável aproximado apenas pelo ofício e pela efeméride, seguem duas antiguidades igualmente bem diferentes.
Acima (para quem ainda não viu), o único registro em filme do escritor americano, feito em 1909 por Thomas Edison — ele mesmo. Abaixo (porque vale a pena ouvir de novo), uma versão musical de Padrão, do poeta português, gravada há muitos anos por Caetano Veloso — ele mesmo. Faz parte do originalmente LP Mensagem, depois CD, hoje fora de circulação.
Bom quarteto para se reunir num 30 de novembro qualquer.
Misturando stop motion com stills do Google Street View, Address is Approximate é uma baita duma animação do britânico Tom Jenkins. A música é do Cinematic Orchestra.
Jornada nas Estrelas com Senhor dos Anéis dá numa mistureba nerd que pode ser fatal. Diante desse clipe (que desconhecia, não sei como), as palavras me faltam. A música, The Ballad of Bilbo Baggins, pertence a Two Sides of Leonard Nimoy, um álbum de 1968. Já era o segundo. Tem outro.
Você certamente conhece estas capas de discos, mas possivelmente não deste modo. Qual? Clique nas imagens e veja como elas ficaram na era dos GIFs animados. Todos feitos por Mr. Dormouse, que tem um Tumblr inteirinho com a brincadeira, o Animated Albums.
Traquinagem em torno das capas de discos é o que não falta. Para ver outros exemplos, publicados neste blog, clique aqui, aqui e aqui.
Devagar, este blog está abrindo uma espécie de filial no Tumblr (clique aqui). Por ora, e para evitar bagunça, publicará apenas fotos de gente afins com os temas aqui tratados — fotos que (assim espero) estão longe de ser as mais óbvias, garimpadas em sua maioria em outros Tumblr. A galeria acima traz uma pequena amostra dessas imagens que não aparecem de cara no Google. Esta primeira, da Virginia Woolf, é um negócio do outro mundo.
Para ampliar a galeria, clique em “FS”. Para ver as identidades dos retratados, em “I”.
O mundo, como é sabido, não acabou em 21 de maio passado — na verdade, o evento foi remarcado para hoje. Naquele dia, publiquei aqui uma galeria de fotos do Flickr com avisos para os incautos, enquanto Dean Praetorius (mais esperto) montou no The Huffington Post uma trilha de 22 músicas para o Armageddon. Peguei três delas emprestadas para este revival, para encerrar bem a semana. A semana.
The End, The Doors
[soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/19359711″ params=”show_comments=false&auto_play=false&color=ff7700″ width=”100%” height=”81″ ] It’s the End of the World as we know it(and I feel fine), R.E.M.
[soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/4967178″ params=”show_comments=true&auto_play=false&color=ff7700″ width=”100%” height=”81″ ] Apocalypse Please, Muse
[soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/13461186″ params=”show_comments=false&auto_play=false&color=ff7700″ width=”100%” height=”81″ ]
As fotos dessa galeria são uma amostra do ótimo Tumblr Awesome People Hanging Out Together, só com encontros de gente bacana. algumas bem raras. Se você não reconhecer alguém abaixo, clique em “I” para ler a legenda.